Na nossa série sobre Trump, o primeiro artigo foi uma breve análise sobre os potenciais da carta natal ativados por firdaria e direções primárias. Agora veremos o combo Profecção com Retornos Solares.

A técnica dos retornos solares foi muito empobrecida nos últimos 40 anos. Ficou em moda porque possibilitou a astrólogos fazer uma consulta anual, trazendo clientes de volta, mas virou bastarda pelo simples fato que as pessoas não estudavam e não tínhamos traduções das técnicas antigas – muitas vezes sequer Morinus era estudo e só víamos dicionários genéricos com banalidades como “veja o sol no retorno solar/veja o ascendente no retorno solar”, etc.

Vendo nossa hierarquia preditiva, já vimos que as promessas natais são ativadas ou não por períodos planetários, enquanto são modificadas e interpretadas pelas lentes de fatores de longo prazo como as direções primárias ou progressões. Resumindo o que vimos, o período planetário passou do Nodo Norte para o Nodo sul (negativo); as progressões passaram de positivas para neutras; as direções primárias passaram de positivas para neutro-negativas.

A profecção estava em gêmeos em 2016, ativando os potenciais já discutidos do sol do mapa natal, como eminência e poder. E em 2020 estará em Libra, ativando as promessas natais de Júpiter de dinheiro, ajuda, estudo, novos horizontes, otimismo.

Retorno 2016

O senhor de 2016 era Sol, senhor da profecção, na casa 11 da política e aliados, e junto a vênus, senhora do MC natal. Promessas de poder. O ASC do retorno pega por antiscia ao MC natal.

Retorno Trump 2020

No retorno desse ano, temos a profecção em Libra,dando o ano para Júpiter (a queda em capricórnio é irrelevante para retornos solares e lunares) em oposição ao senhor do MC natal (vênus) e a Saturno. Há um retorno do Nodo norte, que novamente está em contato com o sol, dando energia, atividade, trapaça, movimento, polêmicas.

Indicações de Reeleição ou não

No caso de eleições há um atalho que eu nunca ensinei antes, que facilita muito a análise e não tem que pegar todos os passos do retorno, mas só vale para o mapa do Rei, o candidato que já está no poder. Não vale para uma primeira eleição, como a de 2016, onde nem HIllary nem Trump tinham o poder.

Apenas veja a relação entre o regente do MC do retorno solar com o sol, se a relação for negativa, o candidato PODE perder… se tiver potencial para perder, daí sim vemos o mapa do candidato da oposição.

Isso deve parecer estranho para as pessoas que só se acostumaram a ver previsões de uma única maneira, mas vamos tentar explicar a lógica. Como mencionado no artigo anterior, a vantagem fica com o Rei, então só vale a pena ver o opositor se houver sinais de que ele pode, ao menos, perder. Que haja sinais de que ele vai perder não é automático que vá perder.

Supondo que haja sinais de que vá perder, agora vemos se há sinais de que o opositor PODE ganhar. Agora temos uma boa sinalização. O contrário não seria verdade – se o opositor tiver sinais de derrota, é óbvio que nada deve vir disso (o Rei já tem vantagem). Se o opositor tiver sinais de vitória, também não significa nada (para muitos candidatos, ser escolhido como candidato a presidente será o momento de maior visibilidade em toda sua vida).

Note também que o atalho só funciona porque estamos combinando a (realidade da situação) + (sinal astrológico) como uma imagem do resultado do evento já determinado (eleições). No caso de um ano não eleitoral, ver os mesmos sinais na carta de retorno só daria falsos positivos. Por exemplo, discutindo a questão do impeachment de Trump, como o impeachment não era algo exigido (ele não sofre impeachment todos os anos) não seria um método recomendado.

Abaixo o exemplo do mapa da reeleição de Obama

Note que o regente do MC em peixes é Júpiter, que está em um sextil com o sol. Independente de outros fatores, isso nos deixa bem confiantes de que Obama ia ganhar. Agora confira com o mapa do retorno de Trump abaixo

Já no mapa de Trump desse ano, temos o regente do MC marte e ele está em quadratura com o sol, um sinal que em outros mapas já vi resultar em derrota.

Como mencionado, é obrigatória uma derrota? Óbvio que não. Mas a possibilidade de derrota nos obriga a ver o mapa do candidato da oposição (Ben Sander e Elizabeth Warren não têm horários e Joe Biden é pelo menos classificação A de acordo com astro.com).

No próximo e último artigo da série, vamos analisar a eleição de novembro sobre a ótica da astrologia mundana (que é, por definição, superior às indicações do mapa natal).

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